Por Gabriel Giraud
Shrek não viveu sua redenção e nem pôde viver seu “felizes para sempre” depois do suposto fim em Shrek Terceiro. Isso preparou o mote para a última aventura do ogro em Shrek Para Sempre, com uma trama anômala aos antigos filmes da série. Muita diversão, mas, motivo para o filme existir... não tem, não.
O filme é um “se” da história do ogro. Agora imaginemos se cada filme que víssemos tivesse um “se”. Por isso a trama que surge no quarto é bem artificial, algo produzido pela – atenção para o clichê – grande indústria do entretenimento para ganhar mais dinheiro.
OK, a diversão é relativamente boa. Dessa vez, o ogro mostra um psicológico diferente dos anteriores, vivenciando uma angústia da rotina e da boa-vizinhança – algo bem sabido do homem de hoje. Temática até adulta demais, algo que não garante tanta solidariedade dos pequenos.
A trama também é meio complicada pros pequenos, pois Shrek vive num universo paralelo. A palavra “metafísica” é empregada no filme pelo novo vilão Rumplaoijdowiqoskyyk (ou alguma coisa parecida). Falta-lhe carisma, ainda mais quando lembramos do saudoso Encantado e suas belas madeixas angelicais.
Talvez o Gato de Botas salve a comicidade. As piadas ainda têm seu brilho, mas a sensação de não-identificação e a pieguice o ofuscam. No entanto, o final fecha o ciclo da história com o início do filme e com o início da trilogia, cumprindo o seu papel essencial. E, o melhor, a trilha musical. Majestosa!
Shrek vai ficar no coração de todos como o filme que mais uniu os reinos do cinema infantil e referências adultas. Mas o melhor dele já foi visto.