O filme é estilo mocinho duvidoso contra psicopata inesperado, numa Seul noir, com luzes que calam os sentimentos dos personagens. No início do filme, achei o protagonista (o cafetão ex-policial Joong-ho Eom, vivido por Yun-seok Kim) meio canastrão, já que o cara-de-cabelo-bagunçado-
No entanto, na sua busca pela prostituta desaparecida Mi-jin Kim (Yeong-hie Seo) – na verdade, vítima do serial-killer Young-min Jee (Jung-woo Ha) – o charme do modo oriental de fazer as coisas aparece. A articulação de cenas aterrorizantes (dignas de inspirações para Jogos mortais e afins) com toques de humor formam uma tragicomicidade ímpar. Os desencontros dão o tom verossímil na trama, que se fecha de tal modo que sufoca o espectador.
A falta de perspectiva do protagonista ante a ausência de provas para incriminar o assassino confesso; o choro da menina pela morte da mãe calado pela chuva impetuosa; as corridas e perseguições intermináveis; os espancamentos como única saída de ação; a burocracia e o mal-funcionamento da polícia coreana. Elementos orquestrados a fim de manipular sadicamente o espectador, que é sugado para dentro da trama. Impossível é não se desesperar com o personagem. O diretor Hong-jin Na fez com seu primeiro filme um primoroso exercício de sadismo.
2 comentários:
curiosidades: o diretor, na época em q fez o filme, nao tinha acabado de terminar a escola de cinema.
e
na cena em que o psicopata ta correndo e cai no meio da rua... foi um acidente de verdade. mas ficou legal no filme e a edição deixou o tombo dele.
boa!
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