sábado, 17 de abril de 2010

Um Filme Legal

Por Gabriel Giraud




É sempre um tremendo desafio falar sobre filmes de ação. Ou é maneiro, ou é clichê. Bem, até os maneiros são clichê, mas, por alguma razão de identificação, nós gostamos. Mas imagine você vendo só borrões; a câmera fica naquele treme-treme de guerra e tensão psicológica e tem um corte a cada segundo. Até os diálogos fora de campo de guerra têm o treme-treme. A câmera grita (recomendo um saquinho emergencial ao seu lado). O mais engraçado disso tudo é que eu saí do cinema falando pra mim mesmo “caramba, que filme legal!”.


Sim, é mais um filme do Matt Damon cheio de ação. Mais um filme do diretor dos filmes Bourne cheio de ação. Mais um filme da Guerra do Iraque cheio de ação. Mais um thriller cheio de ação. É mais um filme de ação – é verdade que tem tanta ação que deixa a gente até meio tonto –, mas ele prende a gente. Não pela ação em si, mas pelo suspense que é criado. O subtenente vivido por Damon estranha os “tiros na água” com os quais sua tropa vem se deparando. Eles têm que achar armas químicas e biológicas. Mas nunca acham. Não precisamos nem ser adivinhos para saber o porquê de eles nunca acharem as armas. Descobri o fim do filme aos dez minutos. Mas ainda sim é um filme legal.

Nesse suspense há duas alas rivais dentro do exército americano, o Pentágono, representado pelo personagem vivido por Greg Kinnear (o irmão gêmeo siamês de Matt Damon no filme Ligado Em Você, sim, recordar é viver!) e uma jornalista que usa o personagem de Kinnear como fonte para seus artigos. E todo mundo já sacou a história do filme. As falas são muito machão americano: “we are not playing games, kid” e por aí vai... Mas ainda sim é um filme legal.


Não sei que elementos podem ter causado esse encanto pelo filme. Talvez seja pelas imagens granuladas. Talvez por ser o primeiro filme que eu vejo onde negociar com ditadores fundamentalistas islâmicos é a ação principal do mocinho. Talvez pelos olhos azuis de Matt Damon. Talvez por eu ser uma cria de Domingo Maior com Temperatura Máxima... mas esse longa tem uma cerejinha que definitivamente torna o filme muito legal.

Os cult-nietzschinianos não vão gostar. Mas, assim como eu, muita gente pode achar esse filme... legal.

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