quinta-feira, 13 de maio de 2010

Mais perdido que a Alice

Por Victor Quintanilha

Tim Burton, dirigindo nova versão de Alice no País das Maravilhas, junto com a atuação de Johnny Depp (que surpresa), é uma combinação que enche várias salas de cinema, seja com crianças ou com o público arrebatado pela nostalgia do desenho da Disney. Porém, a junção da excentricidade de Burton à insanidade da obra de Lewis Carroll tem como resultado um filme unicamente estético (sendo que até isso pode ser questionado).

Como o filme não é um quadro a ser apreciado, serão apontados alguns defeitos. O maior problema da película está na narrativa, que é pobre e repleta de imperfeições. Não se consegue enxergar um encadeamento claro entre os acontecimentos, o que tem como consequência o distanciamento do espectador, que fica fora de órbita na história contada. A bola de neve então começa a rolar.


O não envolvimento com os personagens ou com a trama, promovido pela baixa qualidade da narrativa, só estimula a percepção dos erros. Há erros de continuidade, há cenas inúteis e há elementos dispensáveis no filme que não cabem em uma crítica.

As atuações são todas regulares, nenhuma a destacar. Vale registrar a beleza do Cheshire Cat e, em contraposição, o péssimo recurso gráfico utilizado no Stayne, que é visivelmente artificial, e faz com que a cabeça dele pareça uma parte não pertencente ao tronco.

A história então se arrasta até a cena de batalha, que pretendia ser o momento de ápice. A cena é completamente sem graça, também faz mal (ou pouco) uso da computação gráfica, com uns soldados pingados a batalhar no plano de fundo da luta entre Alice e o Jabberwocky, nos deixando na carência de empolgação. Pode haver quem argumente que é uma obra direcionada para as crianças. Respondo a este hipotético comentário que um filme em que a personagem principal pula na cabeça de cadáveres para atravessar um rio não me parece ser infantil, ao menos não deveria.

Para fechar com chave de ouro, a história termina como começou, sem pé nem cabeça. Ela volta do país das maravilhas e, sem ter motivação do que fazer, ela dança, e, junto com ela, dança toda a equipe do filme. Sem esquecer da Avril Lavigne nos créditos. Se eu fosse um fã de Alice no País das Maravilhas com certeza esse filme não entraria para a minha coleção de bugigangas "alicescas".

5 comentários:

lol disse...

Quanta parcialidade. Parecer entender de cinema e ter conhecimento mediano de português não são suficientes para se ter uma chamada "crítica boa" ou "boa crítica". Precisando estudar um pouco mais de teoria do ficcional, já que a estética da recepção nem se aplica.

morphomenelaus disse...

O gato é uma delícia. Eu não tenho outro adjetivo para descrever a sensação de o ter visto na telona, senão gostoso. A Alice como uma imperialista não foi uma idéia realmente muito boa... comentário de uma leiga em cinema e fã da Alice desde o nome até o fio de cabelo.

Anônimo disse...

gezuis, entrei e saí haha

Unknown disse...

hahahaha gente, cada um com sua opinião, ok?
não precisa levar pro lado pessoal!
eu até que gostei do filme, achei esteticamente bonito e o gato me agrada muito...mas, pra mim, é daqueles filmes que eu vejo uma vez e é suficiente. é divertidinho, mas não me acrescentou nada. e qual o problema nisso, também? nem todo filme tem que ter uma genialidade incrível...alguns são apenas entretenimento. acho que o problema foi a expectativa das pessoas em relação ao "novo filme do tim burton"...

Anônimo disse...

eu deletei os comentários com termos ofensivos que levavam a discussão pro lado pessoal. amamos todos vocês.

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