Ultrajante, corajoso, ridículo, exagerado. Realmente foi interessante analisar as críticas de Brüno. O último filme do eterno Borat, Sacha Baron Cohen, causou polêmica tanto pelo tema e quanto pelas opiniões. Aliás, se não a houvesse causado, nem seria uma idéia de filme para Cohen.
Brüno pode não ter sido tão legal quanto Borat – também, não é todo dia que vemos um repórter do Cazaquistão joselitando pela América. No entanto, Brüno é tão incisivo em críticas quanto seu antecessor. O tema da homofobia – que no Brasil ainda é, infelizmente, tabu – abre campo para ridicularizações ao showbiz, às futilidades midiáticas e à religião cega, entre outras merecidas "vítimas".
A comédia de Brüno é a do tipo "rir para não chorar", no melhor sentido que essa expressão possa ter. Há situações e pessoas tão (inimaginável e lamentavelmente) estúpidas e ridículas no mundo real que, quando reunidas, formam esse patchwork com que Cohen fez sua "comédia". Se as situações são reais ou combinadas, não importa. As cenas podem não carregar o realismo com o quais estamos acostumados, mas são encharcadas na realidade. Como comediante, Cohen mostra-se um excelente sociólogo e antropólogo.
Contudo, sua ciência social precisa de muito piru-e-xereca para surtir efeito. Por quê? Simplesmente porque fazemos parte dessa comédia, e nada melhor do que o sexo para fazer-nos prestar um pouco de atenção na janela do lado. Um ótimo e merecido tapa na cara.
3 comentários:
Tá aí um homem que sabe usar bem as palavras: Giraud.
Apesar de não compartilharmos das mesmas idéias sobre diversos filmes (quase todos), nesse caso eu não teria nada a acrescentar nem a retirar.
Parabéns.
obrigado =)
une critique aussi courageuse et déjantée que le film. Bravo!
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