quarta-feira, 21 de outubro de 2009

A Bela Junie (La Belle Personne)

SESSÃO "Cedendo Espaço"
Por Caio Teixeira

(Lançamento em DVD)

A nova geração do cinema francês tem nos reservado belos filmes e gratas surpresas. Dentre estas, o nome de Christophe Honoré vem obtendo cada mais destaque. O francês de 39 anos, autor de filmes como “Canções de Amor” e “Em Paris” nos traz mais um bom filme, chamado “A Bela Junie” (La Belle Personne, 2008). Adaptação livre do romanceLa Princesse de Clèves, de Madame de La Fayette, o longa mantêm a linha de trabalho do diretor.

Honoré nos mostra uma Paris colegial, um retrato detalhado da juventude parisiense, que se descobre a cada dia e que revela seus afetos, invejas, disputas e amores. Mas não pense que este é um filme adolescente bobo. Mesmo tendo como tema uma turma de alunos, o diretor consegue construir personagens intensos e complexos apesar da pouca idade, esmiuçando os detalhes e particularidades de cada estudante.

É interessante ver também a relação intensa (emocional e consequentemente sexual) entre alunos (principalmente as do sexo feminino) e professores. Junie, vivida por Léa Seydoux, se vê envolvida em um confuso triângulo amoroso com o professor de italiano Nemours (o queridinho de Honoré, Louis Garrel) e Otto, um colega de classe (o novo queridinho, Grégoire Leprince-Ringuet).

Para quem já conhece os filmes do diretor francês, “A Bela Junie” pode parecer “mais do mesmo”, pois retrata a juventude em busca de um amor que se mostra trágico, já que estamos todos fadados a nos apaixonar de novo e de novo para preencher um vazio que não conseguimos explicar. Apesar disso, Honoré faz um belo trabalho onde, com ajuda da música (outro traço marcante de seus trabalhos), filma com maestria Paris, o amor, a vida e a morte.



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