sábado, 15 de maio de 2010
Timmania
quinta-feira, 13 de maio de 2010
Mais perdido que a Alice
Tim Burton, dirigindo nova versão de Alice no País das Maravilhas, junto com a atuação de Johnny Depp (que surpresa), é uma combinação que enche várias salas de cinema, seja com crianças ou com o público arrebatado pela nostalgia do desenho da Disney. Porém, a junção da excentricidade de Burton à insanidade da obra de Lewis Carroll tem como resultado um filme unicamente estético (sendo que até isso pode ser questionado).
Como o filme não é um quadro a ser apreciado, serão apontados alguns defeitos. O maior problema da película está na narrativa, que é pobre e repleta de imperfeições. Não se consegue enxergar um encadeamento claro entre os acontecimentos, o que tem como consequência o distanciamento do espectador, que fica fora de órbita na história contada. A bola de neve então começa a rolar.
As atuações são todas regulares, nenhuma a destacar. Vale registrar a beleza do Cheshire Cat e, em contraposição, o péssimo recurso gráfico utilizado no Stayne, que é visivelmente artificial, e faz com que a cabeça dele pareça uma parte não pertencente ao tronco.
A história então se arrasta até a cena de batalha, que pretendia ser o momento de ápice. A cena é completamente sem graça, também faz mal (ou pouco) uso da computação gráfica, com uns soldados pingados a batalhar no plano de fundo da luta entre Alice e o Jabberwocky, nos deixando na carência de empolgação. Pode haver quem argumente que é uma obra direcionada para as crianças. Respondo a este hipotético comentário que um filme em que a personagem principal pula na cabeça de cadáveres para atravessar um rio não me parece ser infantil, ao menos não deveria.
Para fechar com chave de ouro, a história termina como começou, sem pé nem cabeça. Ela volta do país das maravilhas e, sem ter motivação do que fazer, ela dança, e, junto com ela, dança toda a equipe do filme. Sem esquecer da Avril Lavigne nos créditos. Se eu fosse um fã de Alice no País das Maravilhas com certeza esse filme não entraria para a minha coleção de bugigangas "alicescas".
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Tim na cidade das maravilhas
Mas a pergunta que não quer calar é “o que se passa na cabeça de Tim Burton?” Um diretor que tem um grande peso no cinema mundial terá um grande peso na decisão do que se esperará do circuito de 2010. Por estar entre o limiar do cinema de autor e do cinema comercial, podemos esperar de tudo.
Szelíd teremtés - a Frankenstein terv (O filho carinhoso - projeto Frankenstein), de Korné Mundruczó
Matizes negras
O Cadernos noticia mais uma mostra na Caixa Cultural do Rio de Janeiro (Av. Almirante Barroso, 25, Centro, perto do metrô Carioca). A terceira edição da mostra Espelho Atlântico vai até este domingo, 16 de maio, trazendo uma seleção com a maioria das produções externa à África, com apenas três filmes de países africanos, sendo que o documentário do Gana é em parceria com os Estados Unidos. Haverá, entre filmes brasileiros e estrangeiros não-africanos, o documentário senegalês Yandé Codou, uma griot de Senghor e o longa Quero um vestido de noiva, do Zimbábue.
As sessões custam R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia). Para mais informações (sinopse dos filmes, programação etc.) clique aqui. Leia o release:
A CAIXA Cultural apresenta a “III Espelho Atlântico – Mostra de Cinema da África e da Diáspora”, que traz ao Rio de Janeiro sua primorosa seleção de filmes africanos e da diáspora negra. O evento acontece de 11 a 16 de maio, com exibições simultâneas nos cinemas 1 e 2.
A mostra “Espelho Atlântico” é uma rara oportunidade de assistir a importantes títulos, alguns inéditos por aqui, capazes de provocar uma profunda reflexão sobre os pontos de identificação e convergência entre as identidades brasileira, africana e ocidental.
Esta terceira edição proporcionará uma abordagem atual e significativa da produção cinematográfica africana contemporânea e da realizada fora do continente, mas que dialoga diretamente com a herança cultural do continente africano.
Falar de diáspora é reconhecer que a África vive. Não só nos territórios africanos de hoje, com sua enorme diversidade de povos e culturas, mas principalmente na Europa e Américas. Em todos esses lugares, o que é branco, europeu, ocidental e colonizador sempre foram os elementos considerados positivos, o que reflete na cinematografia.
A mostra “Espelho Atlântico” destaca o que comumente é posicionado em termos de subordinação e marginalização: o pensamento, os sentimentos e os traços negros – de africanos, escravizados e colonizados.
terça-feira, 11 de maio de 2010
De cabo a rabo
sexta-feira, 7 de maio de 2010
Metrópoles
São Paulo S.A., de Person
O Cadernos te indica mais uma mostra que vai fazer muita gente viajar mundo afora! A mostra O cinema e a grande cidade tomará o Instituto Moreira Salles do Rio (Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea) dessa sexta, 7 de maio, até o dia 27.
Filmes com tramas que relacionam seu espaço com os personagens são muito ricos para buscarmos diferentes olhares sobre a questão da relação do homem e seu meio. Além disso, grandes diretores sempre têm diferentes visões sobre determinadas cidades, como Hugo Carvana e Nelson Pereira dos Santos sobre o Rio de Janeiro.
A doce vida, de Fellini
É também uma grande oportunidade para ver (ou rever) grandes clássicos na telona. Manhattan, A doce vida, Hiroshima, meu amor e Último tango em Paris marcaram a história do cinema e eternizaram suas cidades em sua época em película. De Nova York a Argel, de Salvador a Moscou, de Bruxelas a Tóquio, essas viagens já cumpriram seu destino de chegarem a muita gente – agora falta você chegar até elas.
Haverá várias sessões em todos os dias de funcionamento do IMS (terça a domingo), e os cartões de embarque saem por R$ 10 a inteira e R$ 5 a meia. Para programação completa, sinopse dos filmes e folheto da mostra, visite a página da mostra. E boa viagem!
segunda-feira, 3 de maio de 2010
Kino vermelho
Sem ter o que fazer nas quartas? Sem dinheiro nem para pagar a sessão mais barata da semana? Tédio e desilusões cine-financeiras te deprimem?
O Cadernos traz a solução para você! Que tal viajar? É, para a Alemanha! E que tal conhecer o mundo cinematográfico da Alemanha Oriental? É o que o SESC Copacabana (Rua Domingos Ferreira, 160 – na altura da Rua Santa Clara) propõe: filmes da DEFA de 1946 a 1992. As sessões acontecem todas as quartas, sempre às 19h – com distribuição de senhas meia hora antes de cada sessão. Sim, é digrátis!
A mostra começou no dia 28 de abril (sendo que recebemos a newsletter no dia 30), mas vai até a última quarta de maio, dia 26. Os quatro títulos do mês são Sabine Kleist, 7 anos; Rastro de pedras; Os arquitetos; e O muro. Veja as sinopses e programe-se!
5 maio, 19h: Sabine Kleist, 7 anos
Sabine Kleist, 7 Jahre, 1982, 72 min, cor. Direção: Helmut Dziuba. [livre]
Sabine passou a infância em um orfanato após a morte dos pais. Foge do orfanato no
mesmo dia em que sua educadora entra em licença-maternidade. Por vários dias e noites
perambula sozinha pelas ruas de Berlim Oriental, antes de se apresentar à polícia e
retornar ao "lar". Realização da DEFA completamente atípica.
12 maio, 19h: Rastro de pedras
Spur der Steine, 1966, 129 min, pb. Direção: Frank Beyer. [12 anos]
No canteiro de obras, desleixo e oportunismo prevalecem. Quando a jovem engenheira e
o recém-empossado secretário do partido chegam, conflitos estão ocorrendo, pois
equilíbrio precário entre a direção e os funcionários ameaça ruir. Foi censurado em
dezembro de 1965, retirado de cartaz, e só voltou em novembro de 1989.
19 maio, 19h: Os arquitetos
Die Architekten, 1990, 102 min, cor. Direção: Peter Kahane. [12 anos]
Daniel Brenner só participou de projetos padronizados. Por indicação de um
ex-professor, é nomeado arquiteto-chefe para uma nova área residencial. Seus sonhos
esbarram nas imposições da burocracia. Parte do Muro teve de ser reconstruída para as
cenas ocorridas em 1989. Esse filme foi a última produção da defa.
26 maio, 19h: O muro
Die Mauer, 1990, 96 min, cor e pb. Direção: Jürgen Böttcher. [livre]
Registro da queda da fronteira entre as duas Alemanhas, marcando o fim da RDA e a
vitória da Alemanha Ocidental. Turistas japoneses fotografam, crianças de origem turca
tiram pedaços para vender, várias equipes de filmagem do mundo todo em ação,
testemunhas dos últimos momentos do "idealizado muro de proteção antifascista".
E bom filme!
domingo, 2 de maio de 2010
Megalomania op
O paraíso de todo diretor de cinema é ter seu filme classificado com “sem restrições orçamentárias” por seu estúdio. O documentário sobre o filme inacabado O Inferno, de Henri-Georges Clouzot, recebeu esse honraria assim que os produtores viram os testes de filmagem. Nem o céu era o limite para eles.
Eis a ideia do filme: um homem se casa com uma mulher, eles vão a um hotel de veraneio na margem de um lago, ele tem ciúmes da esposa. A gente até pensa numa vibe meio Dom Casmurro, tem até um Escobar com pinta de Don Juan no filme.
Eis a matéria de O Inferno de Henri-Georges Clouzot, de Serge Bromberg e Ruxandra Medrea. Eles nos levam ao espanto e à atração causada pela deformação da realidade concebendo padrões estéticos no campo multicor e geométrico aliados à narrativa. E Clouzot pôs sua equipe em histeria nos seus devaneios artísticos. Mas não é só técnica que brinda e faz brilhar os olhinhos do espectador. Romy Schneider é o ícone do filme, aparecendo em todas as cores e luzes, e, ainda, além de ser a protagonista do filme não-realizado, é a heroína do documentário por ter conseguido segurar a onda do diretor.
sábado, 1 de maio de 2010
Divertimento e diversão
A chave de 'O Segredo dos Seus Olhos'
Você sabe quem é Akira Kurosawa? Sua carreira se esticou ao longo de 50 anos, com 30 filmes, dois Oscar de melhor filme estrangeiro e um prêmio honorário da Academia de Hollywood. Com o apoio de cineastas como: Francis Coppola, George Lucas e Martin Scorcese, obteve recursos para criar obras-primas modernas e ser reconhecido por seu estilo. Kurosawa não seguia uma linha, criou desde dramas históricos samurais à crítica da sociedade e adaptações da literatura. Seu primeiro filme, Sugata Sanshiro (1943) foi catalisador para sua popularidade e deixou as audiências ocidentais fascinadas com os seus trabalhos, nos quais muitos cineastas se guiam e estudam até hoje.
Merhaba!
Press release da assessoria da CAIXA:
A CAIXA Cultural Rio de Janeiro apresenta, de 27 de abril a 9 de maio, “Pérolas do Cinema Turco”, mostra cinematográfica que traz ao público a oportunidade de assistir aos mais importantes filmes produzidos na Turquia de 1964 a 2006.
Um olhar da história do cinema turco, esta é a proposta do curador da mostra, Arndt Röskens, ao selecionar para a programação dez de seus filmes mais apreciados. Uma oportunidade única, pois embora nos últimos 50 anos se tenha produzido na Turquia um número considerável de filmes de boa qualidade – alguns com enorme repercussão internacional –, a maior parte de seus títulos nunca foi lançada no circuito comercial ou em DVD no Brasil.
A mostra, também, vai exibir o grande clássico do cinema turco, “Verão seco” (Susuz Yaz / Dry Summer, 1964), que ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim de 1964. O seu realizador, o cineasta Metin Erksan, foi recentemente homenageado com uma retrospectiva da Cinemateca Francesa, em Paris. O filme conta a disputa entre dois irmãos no interior da Turquia por uma mulher e, como pano de fundo igualmente importante, a luta pela água nas terras secas do campo.
A mostra "Pérolas do Cinema Turco“ traz, ainda, mais seis filmes de grandes cineastas. Dois importantes filmes de Ömer Kavur e Atif Yilmaz – cineastas há muito consagrados e com inúmeras realizações no currículo –, além dos primeiros filmes de Nuri Bilge Ceylan, Reha Erdem, Yesim Ustaoglu e Zeki Demirkubuz – cineastas contemporâneos mais recentes e que estão despontando no cenário internacional.