sábado, 15 de maio de 2010

Timmania


Além de cineasta e presidente da 63ª edição do Festival de Cannes, Tim Burton também tem um livro chamado A Morte Melancólica do Rapaz Ostra e outras estórias, sabia? Ok, mas o post não é sobre isso. O faz-tudo, diretor de Alice no País das Maravilhas, ganhou a maior retrospectiva já dedicada à um cineasta no MoMa (NY), de fevereiro à abril desse ano. Ao todo foram mais de 700 itens entre longas, animações, desenhos, fotografias, pinturas, arte conceitual, storyboards, marionetes, maquetes e figurinos de produções e de trabalhos pessoais de Burton. Pra não perder o momento Burton, aí vão algumas imagens das obras expostas:




As outras obras estão disponíveis para visualização no site oficial.

quinta-feira, 13 de maio de 2010

Mais perdido que a Alice

Por Victor Quintanilha

Tim Burton, dirigindo nova versão de Alice no País das Maravilhas, junto com a atuação de Johnny Depp (que surpresa), é uma combinação que enche várias salas de cinema, seja com crianças ou com o público arrebatado pela nostalgia do desenho da Disney. Porém, a junção da excentricidade de Burton à insanidade da obra de Lewis Carroll tem como resultado um filme unicamente estético (sendo que até isso pode ser questionado).

Como o filme não é um quadro a ser apreciado, serão apontados alguns defeitos. O maior problema da película está na narrativa, que é pobre e repleta de imperfeições. Não se consegue enxergar um encadeamento claro entre os acontecimentos, o que tem como consequência o distanciamento do espectador, que fica fora de órbita na história contada. A bola de neve então começa a rolar.


O não envolvimento com os personagens ou com a trama, promovido pela baixa qualidade da narrativa, só estimula a percepção dos erros. Há erros de continuidade, há cenas inúteis e há elementos dispensáveis no filme que não cabem em uma crítica.

As atuações são todas regulares, nenhuma a destacar. Vale registrar a beleza do Cheshire Cat e, em contraposição, o péssimo recurso gráfico utilizado no Stayne, que é visivelmente artificial, e faz com que a cabeça dele pareça uma parte não pertencente ao tronco.

A história então se arrasta até a cena de batalha, que pretendia ser o momento de ápice. A cena é completamente sem graça, também faz mal (ou pouco) uso da computação gráfica, com uns soldados pingados a batalhar no plano de fundo da luta entre Alice e o Jabberwocky, nos deixando na carência de empolgação. Pode haver quem argumente que é uma obra direcionada para as crianças. Respondo a este hipotético comentário que um filme em que a personagem principal pula na cabeça de cadáveres para atravessar um rio não me parece ser infantil, ao menos não deveria.

Para fechar com chave de ouro, a história termina como começou, sem pé nem cabeça. Ela volta do país das maravilhas e, sem ter motivação do que fazer, ela dança, e, junto com ela, dança toda a equipe do filme. Sem esquecer da Avril Lavigne nos créditos. Se eu fosse um fã de Alice no País das Maravilhas com certeza esse filme não entraria para a minha coleção de bugigangas "alicescas".

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Tim na cidade das maravilhas



Hoje começa o Festival de Cannes 2010. Um ano cinematográfico se inicia para nós, já que a Palma de Ouro é a primeira premiação de várias outras que a sucederão esse ano. E, além disso, é importantíssimo para saber quais filmes cult chegarão até as telas brasileiras.

O presidente da 63ª edição do Festival será Tim Burton. Um nome ilustre para uma seleção de poucos conhecidos – na pele dos paparazzi, o que é um Alejandro González Iñárritu perto de Quentin Tarantino e Brad Pitt, que passaram por lá no ano passado? No entanto, a compensação será feita hoje, com a apoteótica abertura do festival com Robin Hood, de Ridley Scott – sem Ridley Scott, já que ele vai ficar de molho em casa para se recuperar de uma cirurgia em um dos joelhos.

Mas a pergunta que não quer calar é “o que se passa na cabeça de Tim Burton?” Um diretor que tem um grande peso no cinema mundial terá um grande peso na decisão do que se esperará do circuito de 2010. Por estar entre o limiar do cinema de autor e do cinema comercial, podemos esperar de tudo.



A seleção em si já teve surpresas, principalmente pela inclusão de última hora de Route Irish, de Ken Loach (À procura de Eric, crítica aqui). Sem mais delongas, confira a página do Festival e a lista dos filmes que concorrem à Palma de Ouro nesse ano (com traduções não-oficiais dos títulos):

Tournée (Turnê), de Mathieu Amalric

Des Hommes et des Dieux (Homens e deuses), de Xavier Beauvois

Hors la Loi (Fora da lei), de Rachid Bouchareb

Biutiful, de Alejandro González Iñárritu

Un Homme Qui Crie (Um homem que grita), de Mahamat-Saleh Haroun

The Housemaid (A governanta), de Sangsoo Im

Copie Conforme (Cópia certificada), de Abbas Kiarostami

Outrage (Ultraje), de Takeshi Kitano

Poetry (Poesia), de Chang-dong Lee

Another Year (Outro ano), de Mike Leigh

Fair Game (Jogo limpo), de Doug Liman

Schastye Moe (Minha alegria), de Sergei Loznitsa

La Nostra Vita (ItálicoA nossa vida), de Daniee Luchetti
Utomyonnye Sontsem 2: Predstoyanie (Queimado pelo sol 2: o êxodo), de Nikita Mikhalov

La Princesse de Montpensier (A princesa de Montpensier), de Bertrand Tavernier

Route Irish (Rota irlandesa), de Ken Loach

Loong Boonmee Raeuk Chaat (Tio Boonmee e suas vidas passadas), de Apichatpong Weerasethakul

Rizhao Chongqing (Chongqing Blues), de Wang Xiaoshuai

Szelíd teremtés - a Frankenstein terv (O filho carinhoso - projeto Frankenstein), de Korné Mundruczó

Matizes negras


O Cadernos noticia mais uma mostra na Caixa Cultural do Rio de Janeiro (Av. Almirante Barroso, 25, Centro, perto do metrô Carioca). A terceira edição da mostra Espelho Atlântico vai até este domingo, 16 de maio, trazendo uma seleção com a maioria das produções externa à África, com apenas três filmes de países africanos, sendo que o documentário do Gana é em parceria com os Estados Unidos. Haverá, entre filmes brasileiros e estrangeiros não-africanos, o documentário senegalês Yandé Codou, uma griot de Senghor e o longa Quero um vestido de noiva, do Zimbábue.

O grande destaque para quem quer conhecer mais da questão étnica no Brasil na dramaturgia, o filme Em quadro - a história de 4 negros nas telas mostrará a trajetória de Milton Gonçalves, Zezé Motta, Léa Garcia e Ruth de Souza, mostrando também bastante do ótimo Cinema Brasileiro que foi feito por esses grandes artistas.

As sessões custam R$ 4 (inteira) e R$ 2 (meia). Para mais informações (sinopse dos filmes, programação etc.) clique aqui. Leia o release:

A CAIXA Cultural apresenta a “III Espelho Atlântico – Mostra de Cinema da África e da Diáspora”, que traz ao Rio de Janeiro sua primorosa seleção de filmes africanos e da diáspora negra. O evento acontece de 11 a 16 de maio, com exibições simultâneas nos cinemas 1 e 2.

A mostra “Espelho Atlântico” é uma rara oportunidade de assistir a importantes títulos, alguns inéditos por aqui, capazes de provocar uma profunda reflexão sobre os pontos de identificação e convergência entre as identidades brasileira, africana e ocidental.

Esta terceira edição proporcionará uma abordagem atual e significativa da produção cinematográfica africana contemporânea e da realizada fora do continente, mas que dialoga diretamente com a herança cultural do continente africano.

Falar de diáspora é reconhecer que a África vive. Não só nos territórios africanos de hoje, com sua enorme diversidade de povos e culturas, mas principalmente na Europa e Américas. Em todos esses lugares, o que é branco, europeu, ocidental e colonizador sempre foram os elementos considerados positivos, o que reflete na cinematografia.

A mostra “Espelho Atlântico” destaca o que comumente é posicionado em termos de subordinação e marginalização: o pensamento, os sentimentos e os traços negros – de africanos, escravizados e colonizados.

terça-feira, 11 de maio de 2010

De cabo a rabo



O bandido da luz vermelha de Rogério Sganzerla

Para quem valoriza o cinema brasileiro e nem sempre consegue achar bons filmes em cartaz, a Cinemateca do MAM fez uma seleção de renomados títulos nacionais para exibição. Aí vai a programação desta semana:

Qui 13
18h30 – O judeu de Tom Job Azulai. Brasil/Portugal, 1996. Com Felipe Pinheiro, Dina Sfat, Mário Viegas. 85’. >> O filme narra a história de Antônio José da Silva, brasileiro chamado de “o judeu”, que foi torturado pela inquisição por crime de judaísmo. O filme era um projeto do cineasta Alberto Cavalcanti. Classificação etária – 16 anos.

Sex 14
18h30 – A casa assassinada de Paulo César Saraceni. Brasil, 1971. Com Norma Bengell, Carlos Kroeber, Nelson Dantas. 103’. >> Baseado na novela de Lúcio Cardoso. Uma carioca chega a uma mansão de uma tradicional família no interior de Minas para se casar com o filho mais novo do clã. Classificação etária – 14 anos.

Sáb 15
16h – Lábios sem beijos de Humberto Mauro. Brasil, 1930. Com Didi Vianna, Paulo Morano, Lelita Rosa. 53’. Sessão com acompanhamento de piano ao vivo por Cadu. >> Moça rica, moderna e mimada se apaixona por um homem. Por coincidência de nomes, pensa que sua irmã caçula também está apaixonada por ele, o que a faz romper o namoro. Classificação etária – livre.

18h – O bandido da luz vermelha de Rogério Sganzerla. Brasil, 1968. Com Paulo Villaça, Helena Ignez, Sérgio Mamberti. 92’. >> Assaltante de residências de São Paulo, alcunhado o bandido da luz vermelha, aterroriza a cidade com sua ousadia e suas técnicas inusitadas de ação.
Classificação etária – 14 anos.

Dom 16
16h – Cabra marcado para morrer de Eduardo Coutinho. Brasil, 1984. 119’. >> No início dos anos sessenta, um líder camponês é assassinado no nordeste. Com o golpe militar, as filmagens foram interrompidas e só foram retomadas dezessete anos depois, focando na viúva e seus dez filhos. Classificação etária – 14 anos.

18h – Rio Zona Norte de Nelson Pereira dos Santos. Brasil, 1957. Com Grande Otelo, Malu Maia, Jece Valadão. 86’. >> O filme retrata o cotidiano dos morros cariocas e a história de um compositor que teve seus sambas roubados por um radialista. Classificação etária – Livre.

A programação completa você acessa aqui. Ainda haverão as pré-estréias dos restaurados Berlim da Batucada (1944) de Luiz de Barros e Bonequinha de Seda (1936) de Oduvaldo Vianna nos dias 20 e 21 de Maio.

sexta-feira, 7 de maio de 2010

Metrópoles


São Paulo S.A., de Person

O Cadernos te indica mais uma mostra que vai fazer muita gente viajar mundo afora! A mostra O cinema e a grande cidade tomará o Instituto Moreira Salles do Rio (Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea) dessa sexta, 7 de maio, até o dia 27.

Filmes com tramas que relacionam seu espaço com os personagens são muito ricos para buscarmos diferentes olhares sobre a questão da relação do homem e seu meio. Além disso, grandes diretores sempre têm diferentes visões sobre determinadas cidades, como Hugo Carvana e Nelson Pereira dos Santos sobre o Rio de Janeiro.

A doce vida, de Fellini

É também uma grande oportunidade para ver (ou rever) grandes clássicos na telona. Manhattan, A doce vida, Hiroshima, meu amor e Último tango em Paris marcaram a história do cinema e eternizaram suas cidades em sua época em película. De Nova York a Argel, de Salvador a Moscou, de Bruxelas a Tóquio, essas viagens já cumpriram seu destino de chegarem a muita gente – agora falta você chegar até elas.

Haverá várias sessões em todos os dias de funcionamento do IMS (terça a domingo), e os cartões de embarque saem por R$ 10 a inteira e R$ 5 a meia. Para programação completa, sinopse dos filmes e folheto da mostra, visite a página da mostra. E boa viagem!

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Kino vermelho

Sem ter o que fazer nas quartas? Sem dinheiro nem para pagar a sessão mais barata da semana? Tédio e desilusões cine-financeiras te deprimem?

O Cadernos traz a solução para você! Que tal viajar? É, para a Alemanha! E que tal conhecer o mundo cinematográfico da Alemanha Oriental? É o que o SESC Copacabana (Rua Domingos Ferreira, 160 – na altura da Rua Santa Clara) propõe: filmes da DEFA de 1946 a 1992. As sessões acontecem todas as quartas, sempre às 19h – com distribuição de senhas meia hora antes de cada sessão. Sim, é digrátis!

A mostra começou no dia 28 de abril (sendo que recebemos a newsletter no dia 30), mas vai até a última quarta de maio, dia 26. Os quatro títulos do mês são Sabine Kleist, 7 anos; Rastro de pedras; Os arquitetos; e O muro. Veja as sinopses e programe-se!

5 maio, 19h: Sabine Kleist, 7 anos

Sabine Kleist, 7 Jahre, 1982, 72 min, cor. Direção: Helmut Dziuba. [livre]
Sabine passou a infância em um orfanato após a morte dos pais. Foge do orfanato no
mesmo dia em que sua educadora entra em licença-maternidade. Por vários dias e noites
perambula sozinha pelas ruas de Berlim Oriental, antes de se apresentar à polícia e
retornar ao "lar". Realização da DEFA completamente atípica.

12 maio, 19h: Rastro de pedras

Spur der Steine, 1966, 129 min, pb. Direção: Frank Beyer. [12 anos]
No canteiro de obras, desleixo e oportunismo prevalecem. Quando a jovem engenheira e
o recém-empossado secretário do partido chegam, conflitos estão ocorrendo, pois
equilíbrio precário entre a direção e os funcionários ameaça ruir. Foi censurado em
dezembro de 1965, retirado de cartaz, e só voltou em novembro de 1989.

19 maio, 19h: Os arquitetos

Die Architekten, 1990, 102 min, cor. Direção: Peter Kahane. [12 anos]
Daniel Brenner só participou de projetos padronizados. Por indicação de um
ex-professor, é nomeado arquiteto-chefe para uma nova área residencial. Seus sonhos
esbarram nas imposições da burocracia. Parte do Muro teve de ser reconstruída para as
cenas ocorridas em 1989. Esse filme foi a última produção da defa.

26 maio, 19h: O muro

Die Mauer, 1990, 96 min, cor e pb. Direção: Jürgen Böttcher. [livre]
Registro da queda da fronteira entre as duas Alemanhas, marcando o fim da RDA e a
vitória da Alemanha Ocidental. Turistas japoneses fotografam, crianças de origem turca
tiram pedaços para vender, várias equipes de filmagem do mundo todo em ação,
testemunhas dos últimos momentos do "idealizado muro de proteção antifascista".

E bom filme!

domingo, 2 de maio de 2010

Megalomania op

Por Gabriel Giraud

O paraíso de todo diretor de cinema é ter seu filme classificado com “sem restrições orçamentárias” por seu estúdio. O documentário sobre o filme inacabado O Inferno, de Henri-Georges Clouzot, recebeu esse honraria assim que os produtores viram os testes de filmagem. Nem o céu era o limite para eles.

Eis a ideia do filme: um homem se casa com uma mulher, eles vão a um hotel de veraneio na margem de um lago, ele tem ciúmes da esposa. A gente até pensa numa vibe meio Dom Casmurro, tem até um Escobar com pinta de Don Juan no filme.

No entanto, quando um gênio resolve fazer um filme, nada é assim tão simples. Clouzot não queria pouco; ele queria revolucionar o cinema francês. Queria repensar os aspectos visuais do cinema, sacudir a nouvelle vague. O marido, ciumento, começa a ter distorções da realidade que o cerca, de modo que tudo converge à concretização do adultério por sua mulher.
E as distorções partem da repetição obsessiva de suas palavras, que vão seguindo um tom psicótico. E a realidade, no filme, em preto-e-branco, atinge um ápice de loucura em cores doentias. Cores estas que estavam florescendo nos anos sessenta, com influências da op art e da arte cinética.

Eis a matéria de O Inferno de Henri-Georges Clouzot, de Serge Bromberg e Ruxandra Medrea. Eles nos levam ao espanto e à atração causada pela deformação da realidade concebendo padrões estéticos no campo multicor e geométrico aliados à narrativa. E Clouzot pôs sua equipe em histeria nos seus devaneios artísticos. Mas não é só técnica que brinda e faz brilhar os olhinhos do espectador. Romy Schneider é o ícone do filme, aparecendo em todas as cores e luzes, e, ainda, além de ser a protagonista do filme não-realizado, é a heroína do documentário por ter conseguido segurar a onda do diretor.

Além da estupefação, a grande sensação que esse documentário nos deixa é, definitivamente, frustração. Não só apenas por estar no limbo uma quase obra-prima, mas por evidenciar a monstruosidade que um gênio pode ter quando vive o purgatório de filmagens que não acabam. Clouzot faria seu paraíso fundando um marco histórico no Cinema. E, certamente, vários Clouzots já passaram por esse mundo – pena que só o inferno de um deles é colorido.


sábado, 1 de maio de 2010

Divertimento e diversão

Por Rafael Mathias


Quer fazer filme blockbuster, faça direito! Quer ver filme blockbuster, escolha direito! E a escolha certa seria Homem de Ferro 2. Pra quem gosta de superproduções o filme é um prato cheio; pra quem não gosta, fica difícil resistir.

Diferentemente do primeiro filme sobre o super-gênio-milionário-fanfarrão-herói Tony Stark, esta continuação tem seu foco, sobretudo, nas cenas de ação. E não pense que isso é uma coisa ruim. As sequências são de tirar o fôlego, e fazem seu ingresso+pipoca valerem a pena.

Percebi muitos erros de continuidade grotescos. Algumas cenas são difíceis de engolir, mas convenhamos, se tratando de Homem de Ferro 2, entramos na sala de cinema exatamente para vivenciar o impossível.


Mas a superação vem no descaso e o desapego de Stark, chave do filme e mérito total da ótima atuação repetida por Robert Downey Jr. no papel. O filme é recheado de ótimos diálogos e tiradas sensacionais. Mickey Rourke se encaixa bem no papel do vilão, que disputa em estilo com Stark. Todos os outros personagens tem figurinos bastante quadrinescos. Esse é o segredo dos dois filmes, o bom humor.

Homem de Ferro já pode ser considerada a franquia mais bem sucedida da Marvel Studios (mais ainda do que Homem- Aranha, na minha opinião), assim como Batman nos cinemas pela DC. O que os dois tem em comum? São ótimas histórias de super-herói adaptadas dos quadrinhos, de dois milionários e seus incríveis equipamentos. O que os dois tem de diferente? Christopher Nolan e seu Batman são mau-humorados, já Jon Favreau e seu Homem de Ferro são simpatia pura. Portanto, divirta-se.

Cenas: A luta do novo Rhodes e contra Tony Stark armaduras só vale pela música. A sequência de Scarlett Johansson em seus malabarismos vale o filme todo. A cena pós-créditos é orgástica para os fãs de quadrinhos.



A chave de 'O Segredo dos Seus Olhos'


Você sabe quem é Akira Kurosawa? Sua carreira se esticou ao longo de 50 anos, com 30 filmes, dois Oscar de melhor filme estrangeiro e um prêmio honorário da Academia de Hollywood. Com o apoio de cineastas como: Francis Coppola, George Lucas e Martin Scorcese, obteve recursos para criar obras-primas modernas e ser reconhecido por seu estilo. Kurosawa não seguia uma linha, criou desde dramas históricos samurais à crítica da sociedade e adaptações da literatura. Seu primeiro filme, Sugata Sanshiro (1943) foi catalisador para sua popularidade e deixou as audiências ocidentais fascinadas com os seus trabalhos, nos quais muitos cineastas se guiam e estudam até hoje.

Falando nisso, saiu na Folha de São Paulo um texto sobre os 100 anos de Akira Kurosawa, onde podemos ler sobre cenas de filmes atuais inspiradas nos clássicos do cineasta. E adivinha o filme relacionado com às obras do diretor japonês? Exatamente, o premiado O Segredo dos seus Olhos! A cena da perseguição num estádio lotado lembra muito a do Cão Danado (1949), filmado em Tóquio pelo Kurosawa - a diferença é que em um o jogo é de futebol, no outro é um jogo de beisebol. Agora, lembra daquela outra cena do argentino em que a câmera filma um estádio de longe para sobrevoá-lo e assumir o ponto de vista da torcida? Aqui embaixo você pode ver como foi feita:

Nada mal, né?

Merhaba!


O Cadernos entra com mais um post de serviço para nosso caríssimo público. Dessa vez, viemos trazer a notícia de uma mostra que começou dia 27 de abril (terça) e vai até dia 9 de maio (domingo e dia das mães!). É a mostra Pérolas do Cinema Turco, que vai rolar na Caixa Cultural do Rio (na Carioca, R. Almirante Barroso, 25). Os filmes retratam a diversidade da Turquia, um país que tem suas influências culturais na divisa do Ocidente e o Oriente, além de ter uma língua única, pelo fato de ter sido regularizada e, de certa maneira, artificializada, na década de 20. A Turquia é o único país do mundo muçulmano que é laico, e isso é uma das controvérsias que permeiam esse belíssimo país.

Press release da assessoria da CAIXA:

A CAIXA Cultural Rio de Janeiro apresenta, de 27 de abril a 9 de maio, “Pérolas do Cinema Turco”, mostra cinematográfica que traz ao público a oportunidade de assistir aos mais importantes filmes produzidos na Turquia de 1964 a 2006.

Um olhar da história do cinema turco, esta é a proposta do curador da mostra, Arndt Röskens, ao selecionar para a programação dez de seus filmes mais apreciados. Uma oportunidade única, pois embora nos últimos 50 anos se tenha produzido na Turquia um número considerável de filmes de boa qualidade – alguns com enorme repercussão internacional –, a maior parte de seus títulos nunca foi lançada no circuito comercial ou em DVD no Brasil.


Entre os filmes exibidos estão três do maior cineasta turco, Yilmaz Güney, “Esperança” (Umut / Hope, 1970), que entrou na história do cinema turco pela altíssima qualidade cinematográfica; “O rebanho” (Sürü / The Herd, 1978), que foi dirigido por Güney de dentro da prisão e tem sua direção formalmente atribuída a Zeki Ökten; e, por fim, o filme mais popular do diretor, “O caminho” (Yol / The Way, 1982), também dirigido enquanto o cineasta estava preso por conta de suas atividades políticas nos anos 70. Todas a produções de Yilmaz Güney serão exibidas em película 35mm.

A mostra, também, vai exibir o grande clássico do cinema turco, “Verão seco” (Susuz Yaz / Dry Summer, 1964), que ganhou o Urso de Ouro no Festival de Berlim de 1964. O seu realizador, o cineasta Metin Erksan, foi recentemente homenageado com uma retrospectiva da Cinemateca Francesa, em Paris. O filme conta a disputa entre dois irmãos no interior da Turquia por uma mulher e, como pano de fundo igualmente importante, a luta pela água nas terras secas do campo.

A mostra "Pérolas do Cinema Turco“ traz, ainda, mais seis filmes de grandes cineastas. Dois importantes filmes de Ömer Kavur e Atif Yilmaz – cineastas há muito consagrados e com inúmeras realizações no currículo –, além dos primeiros filmes de Nuri Bilge Ceylan, Reha Erdem, Yesim Ustaoglu e Zeki Demirkubuz – cineastas contemporâneos mais recentes e que estão despontando no cenário internacional.

E vale lembrar que as sessões acontecem todos os dias (exceto segunda-feira), em duas salas com duas sessões cada: 17h e 19h30. A inteira sai por R$ 4 e a meia, R$ 2. Mais informações no site da Caixa: www.caixa.gov.br/caixacultural. Allaha ısmarladık!